Genebra, na Suíça
quarta-feira, 10 de setembro de 2008
Genebra é a terceira maior cidade suíça, com aproximadamente 200 mil habitantes. Situada na fronteira com a França, Genebra é o centro cultural e econômico da Suíça de expressão francesa (muitos museus e bancos). Ao mesmo tempo, a cidade é também a mais internacional, sendo que mais de 43% da população é de estrangeiros. Não é à toa: a cidade abriga mais de 200 organizações internacionais, como a representação européia da Organização das Nações Unidas (ONU), a Organização Mundial do Comércio (OMC) e a Cruz Vermelha, além de atrair muitos imigrantes pelo seu índice de qualidade de vida.

A zona central da cidade abraça o lago Léman e é cortada pelo Rio Rhöne (Ródano). No meio do lago, há um gigante jato de água (Jet D’Eau), um ícone da cidade. Entre março e outubro, jorra 500 litros de água, a cada segundo, a 140 metros de altura e a uma velocidade de 200km/h. É possível fazer passeios de barco pelo lago. Há um centro de informações às suas margens.
A cidade conta com um excelente serviço de empréstimo de bicicletas que pode facilitar bastante a vida dos visitantes. Durante o verão, funcionam três pontos de empréstimo de bicicleta à beira do lago Léman, mas, no inverno, apenas um deles fica aberto. Basta colocar uma moeda, pegar a bicicleta, pedalar, devolvê-la e pegar a moeda de volta.
Há várias pontes, praças e parques, que tornam a cidade bem charmosa. Percorrê-la pé é o ideal, principalmente na Cidade Antiga, extremamente conservada.
Um bom ponto de referência é a rue Du Mont Blanc, que liga a estação de trem à ponte que vai chegar na Cidade Antiga. Ali, as ruas mais movimentadas, com lojas de antiguidades, museus, chocolaterias, cafés e restaurantes, são rue du Rhöne e Grand Rue. Outras ruas agitadas são: rue de Basses, de la Confédération, du Marché e de la Croix-d'Or. Em uma delas, uma parada para o almoço. Pedimos peixe e massa e pagamos € 28 pelos dois pratos.

Vimos pela cidade algumas fontes de água natural e potável. É possível beber nelas. Muito interessante.
Passamos, então, a caminhar em direção à Cidade Antiga, com seus becos e ruas estreitas de pedras, repleta de cafés com mesas ao ar livre e museus. Se quiser tomar um vinho à noite, é preciso jantar também. Os restaurantes não servem somente a bebida.

A região é dominada pela Catedral de Saint-Pierre, onde a arquitetura mistura estilos romanos e góticos (na sua fachada, há colunas). Com construção iniciada em 1160, a catedral teve sua fachada adicionada no século XVIII. É possível subir até o topo da torre (são 157 degraus) para uma vista panorâmica de Genebra, e ainda se pode descer ao subsolo para conferir as escavações arqueológicas e ver um Santuário Cristão do século IV, uma cripta do século XXI e um piso de mosaico do século V. No interior austero dessa igreja, Jean Calvin (João Calvino) pregava entre 1536 e 1564 a reforma da igreja. Jean Calvin foi o mentor da reforma protestante calvinista. Abre de terça a domingo, das 10h às 17h. Ingresso a 8/4 francos suíços ou € 5/2,50 (estudante).
O Horloge Fleurie, relógio de flores com cinco metros de diâmetro, é o principal cartão-postal da cidade e está no Jardin Anglais, que fica em frente ao lago. Do meio da Pont du Mont-Blanc vê-se o pico de Mont Blanc, sempre com neve. O Jardin Anglais foi construído em homenagem à indústria de precisão de Genebra e ornamentado com 6.500 diferentes tipos de plantas. Ao seu redor, há muitos restaurantes. Optamos por um que servia falafel.

Entre os museus, destacam-se o Musée d'Art et d'Historie, construído em 1910, que exibe pinturas, esculturas, armas e também uma seção de arqueologia. O Musée d'Art Moderne et Contemporain é um galpão com piso de concreto, luzes fluorescentes e abriga acervo de arte pós-1965. No Petit Palais, o ponto forte é arte moderna. Outra grande atração de Genebra é o peculiar Musée International de la Croix-Rouge que exibe um panorama das atrocidades cometidas pelo homem na sua história recente e desastres naturais e causados pelo homem, e que conta com o Mur du Temps que traça ano a ano os desastres e guerras ocorridos na Terra, que mataram mais de 100.000 pessoas. O Musée Rath, primeiro museu de arte da Suíça, construído em 1826, fica na Place Neuve, que também congrega a Ópera de Genebra, o Teatro e o antigo Conservatório de Música. Outras atrações são o Institut et Musée Voltaire (rue des Délices), que foi casa do filósofo Voltarie e hoje é um museu e centro de pesquisa sobre sua vida; o Museu dos Instrumentos Musicais Antigos; e o Museu da Relojoaria, que é afinal uma das grandes especialidades dos suíços.
O Parc des Bastions ou Murs dês Réformateurs (perto da Place Neuve, na rue de la Croix Rouge) é um muro de 150 metros, construído entre 1909 e 1917, na ocasião de 400 anos do nascimento de João Calvino – um dos principais reformadores protestantes. O muro homenageia, também, outras figuras da reforma, como Bèze, Farel e Knox. O Auditoire de Calvin é uma capela em estilo gótico onde John Knox rezou entre 1556 e 1559. Genebra ganhou o cognome de "Roma protestante" ou "a cidade de Calvino". A partir de 1536, a história da cidade de Genebra passa a estar associada com a história da Reforma Protestante.
Entre abril e maio, Genebra sedia o Salão Internacional do Livro e da Imprensa.