Berlim, na Alemanha

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Berlim, cortada pelo rio Spree, tem três pontos de referência: Alexanderplatz, Brandenburger Tor (Portão de Brandemburgo) e Europa Center.

Possui três aeroportos e três estações de trem: Zoologischer Garten (no centro, é a principal, com destinos pra o leste e o sul da Alemanha e à Europa Ocidental); Ostbahnhof, para algumas cidades alemãs e o Leste Europeu; e Lichtenber, mais afastada, para trens noturnos com destinos diversos. Há, também, a estação de ônibus (ZOB), que é a principal para viagens pela Alemanha e pela Europa em geral.

Nós chegamos pela estação Ostbahnhof. O AO Hostel, onde nos hospedamos, fica a 5 minutos da estação. A diária para casal sai a € 60, com café da manhã buffet. A rede possui vários hotéis na cidade, todos enormes com capacidade para 600-700 pessoas. Esse situa-se na Köepenicker Strasse 127-129. Recomendamos: o quarto é limpíssimo, tem internet (paga), um bom café da manhã e é bem localizado, no Mitte (ex-lado oriental), próximo à Catedral de Berlim.

Berlim é uma cidade muito moderna e desenvolvida, com 3,4 milhões de habitantes. Em 1989, o Muro de Berlim que dividia a cidade em “oriental e socialista” e “ocidental e capitalista” e impedia as pessoas de passarem para o outro lado foi derrubado. Vimos vários resquícios dessa história caminhando pela cidade e visitando seus pontos turísticos. Muitos dos lugares interessantes estão localizados nas mesmas regiões, sendo assim, próximos. Basta andar um pouco. Mas para conhecê-la bem, reserve uns 3 dias. Há inúmeros museus a ser visitados.

Uma boa dica é o ônibus linha 100 ou 200 que sai do Zoologischer Garten e é quase um city tour. Nesse caso, melhor pegá-lo do que pagar por um Sightseeing, que oferece passeios pela cidade. Depois do recebimento do carimbo no ônibus, pode-se subir e descer dele com o mesmo tíquete, seguindo a mesma direção, por um período de 2 horas. A passagem varia entre € 2,10-2,80, dependendo da região.

Os ônibus são identificados por números. As paradas (haltstelle) têm uma tabela que mostra os seus horários. A passagem pode ser comprada diretamente com o motorista ou pode-se usar o tíquete do metrô, das máquinas automáticas. À noite, há o Nachtlinie, ônibus que circula das 22h às 6h.

O metrô de Berlim é dividido em dois tipos: S-Bahn (S), metrô de superfície; e U-Bahn (U), underground, metrô subterrâneo. As estações são identificadas por S ou por U, conforme atendidas por um ou por outro. Atenção: adquira um mapa do metrô para você não se perder. As linhas são bem complicadas. Ache o seu destino pelo itinerário localizando a parada final. A passagem é comprada nas máquinas automáticas dentro das estações e deve ser validada antes de entrar no vagão.

Para facilitar o entendimento das descrições dos pontos turísticos, vale lembrar que “platz” significa praça e que “strasse” significa rua.

A região de Pariser Platz é o coração da cidade, dividia os lados Oriental e Ocidental. Acesso pelos metrôs S1, S2 e S25, descendo na Unter den Linden. Saindo da estação, vê-se o Portão de Brandemburgo, o Memorial de Guerra Soviético, o Parlamento (Reichstag) e a rua Unter den Linden.

Alexanderplatz é o centro do lado oriental. Foi alvo dos bombardeios dos Aliados durante a Segunda Guerra. Depois de 1945, tornou-se a maior área de tráfego de Berlim. Ali pode-se ver o Weltzeituhr, relógio que mostra a hora nas mais importantes cidades do mundo; o chafariz Brunnen der Völkerfreundschaft, que celebra a amizade entre os povos; e a Fernsehturm, a famosa torre de televisão (entrada a € 8) que viria a se tornar um dos símbolos da República Democrática Alemã ou Alemanha Oriental (RDA). Foi concluída em 1969, possui 365 m de altura e um restaurante giratório.

Bem perto dali, encontram-se a Rotes Rathaus, a prefeitura de Berlim, grande e bela, de cor avermelhada; e a Nikolaikirche (Igreja de São Nicolas), situada exatamente onde a cidade foi fundada, no início do século XIII. É o edifício mais antigo do bairro Nikolaiviertel, com suas ruas históricas e casas medievais. Quase todo o bairro foi destruído, só se recuperando na década de 80. Hoje, a igreja é um museu de arte medieval, que funciona de terça a domingo, das 10h às 18h. O acesso é gratuito.

Europa Center fica próximo à estação central de trem Zoologischer Garten. É, na verdade, um shopping Center cuja maior atração é um relógio d’água de 13 m de altura. Em frente fica um dos símbolos locais, a igreja Kaiser-Wilhelm-Gedächtniskirche, construída em 1895 e bombardeada durante a Segunda Guerra. A torre, parcialmente destruída, é mantida até hoje assim. A entrada é franca e há uma exposição sobre a trágica história da igreja. Ao lado, um campanário de 53 m de altura e com seis sinos foi erguido.

Do outro lado da rua, um pouco mais à frente, está o Zoo and Aquarium com mais de 13 mil espécies e 35 hectares. O aquário conta com mais de 700 espécies. A entrada principal é o famoso portão dos elefantes. Ingresso para o Zoo e Aquário sai a € 18/14 (estudante). Apenas para um dos dois, € 12/9.

O Zoo está na região do Tiergarten, parque com a maior área verde no centro da cidade.

Próximo ao Zoo, se estiver disposto, vale a pena seguir caminhando para ver o Schloss Bellevue, residência do presidente alemão. Fica à margem do rio Spree, dentro do parque Tiergarten. A bandeira hasteada no centro do prédio significa que o presidente está em casa.

Nessa mesma região está o Schloss Charlottenburg, que era a residência de verão da rainha Sophie Charlotte. O grande palácio dá uma idéia do que foi a cultura brandemburgo-prussiana. Em uma de suas salas, há uma rica coleção de porcelanas. Nos fundos do castelo, há o Schlosspark, um dos maiores de Berlim. Lá, estão os 24 bustos de mármore de imperadores romanos e suas esposas, datados de 1663. Ingresso a € 10/7 (estudante).

Unter den Linden é a rua mais famosa de Berlim, construída em 1647 para que servisse como ligação entre o castelo da cidade (Stadtschloss) e o parque Tiergarten. Acesso pelo ônibus 100 ou metrô S1/S2 Unter der Linden, junto ao Portão de Brandemburgo. Ou melhor, siga-a caminhando de leste a oeste, vindo da Alexanderplatz.

Nesse sentido, passará por vários prédios históricos, como o teatro Deutsche Staatsoper, em estilo rococó. É possível visitá-lo, a € 4, em um tour guiado.

Ao lado, está a Bebelplatz, o famoso local da queima de livros pelos nazistas, em 1933. À sua frente, a Humboldt Universität, erguida entre 1748 e 1766. Ali estudaram Marx, Einstein e os irmãos Grimm.

Logo, à esquerda, fica a Neue Wache, monumento de 1931 em homenagem aos heróis da Primeira Guerra, um memorial às vítimas do nazismo.

Mais adiante, encontra-se o Deutsches Historisches Museum, um dos mais importantes museus, que relata a história da Alemanha, desde a Idade Média até hoje. O mais impressionante é o prédio principal, o Zeughaus, e o seu moderno anexo com amplos espaços e arrojada utilização de placas de vidro, em especial na escadaria helicoidal ou na cúpula do pátio interno. A criação é obra do mesmo arquiteto da pirâmide de vidro do Louvre, em Paris – Ieoh Ming.

Brandenburger Tor (Portão de Brandemburgo) é o símbolo maior de Berlim. Construído entre 1788 e 1791 por Carl Gotthard Langhans, é o único portão que restou de outros 14, utilizados como entrada e saída da cidade. A escultura, no alto, é a Quadriga, ou Siegegöttin, rainha da vitória.

Ao lado do Portão de Brandemburgo fica o Reichstag (Parlamento Alemão), situado na Platz der Republik. Construída entre 1884-94, foi incendiada durante o nazismo e reconstruída no final dos anos 90. A entrada é gratuita, das 8h às 22h, para ver a sua cúpula de vidro; e das 10h às 18h para a exposição permanente. Se quiser entrar, é aconselhável cedo para poder conhecê-lo e seguir visitando os outros atrativos da cidade, que são inúmeros. As filas são imensas.

Próximo ao portão, há várias embaixadas. A dos Estados Unidos é bem imponente.

Cruzando o portão e seguindo pela continuação da Unter den Linden, encontra-se a Siegessäule ou Coluna da Vitória. Fica no meio da Grosser Sterne, a rótula por onde circulam milhares de carros diariamente. Foi concluída em 1873 para comemorar as vitórias militares da Prússia sobre a Áustria, a Dinamarca e a França entre 1864 e 1871. A coluna foi originalmente erigida no Reichstag (Parlamento), tendo sido transportado em 1937 para o seu local atual, perto do Grosser Tiergarten, um grande parque público.

O Siegessäule tem 66,89 metros e, no seu topo, fica uma estátua de bronze de 5 m – Vitória, a deusa da vitória militar. Uma escadaria de 285 degraus leva ao topo da coluna, onde há uma excelente vista do Parque Tiergarten.

Se você tomar o caminho inverso da Under den Linden, rumando à Ebertstrasse, encontrará o Memorial aos Judeus Mortos na Europa, inaugurado em 2005. São 2.711 blocos de concreto, com alturas que variam de 40 cm a 4m70, uma homenagem aos 6 milhões de judeus mortos pelo nazismo. Em Berlim, a todo instante, deparamo-nos com monumentos e museus que não deixam esquecer os horrores ali cometidos pelo nazismo; pelo contrário, parece fazer-se questão de manter vivas todas as lembranças para que os mesmos erros não se repitam.

Na seqüência, está a Postdamer Platz. Região conhecida antes da queda do Muro como terreno morto, hoje abriga o Sony Center, um complexo de arquitetura moderna com shopping center, cafés e cinemas. No edifício Kollhoff há um elevador panorâmico que vai até uma plataforma de onde é possível ver o lado leste de Berlim. Aberto de terça à sexta, entrada a € 3,50.

O Berliner Mauer (Muro de Berlim) não existe mais. Porém, alguns pedaços foram preservados e podem ser avistados em alguns locais. Um deles, conhecido como East Side Gallery, ao longo da Avenida Mühlestrasse, tem 1300 m de extensão e está às margens do rio Spree. Sua face leste foi pintada por diversos artistas que tentaram demonstrar a sensação de opressão e, ao mesmo tempo, de esperança naquela época.

Outros três pedaços estão ao norte da Alexanderplatz, no bairro de Wedding.

Na Bernauer Strasse pode-se ver o Gedenkstätte, convertido em memorial a partir de um pedaço original; perto fica a Invalidenfriedhof, com cerca de 150 m de muro; estes dois últimos estão próximos a cemitérios. Outros dois podem ser vistos junto a algumas das melhores exibições históricas de Berlim: Topographie des Terrors (na Niederkirchnerstrasse 8), onde um pedaço de muro se encontra numa sombria aparência original e, bem perto, o Checkpoint Charlie (na Friedrichstrasse 43-44), pintado num silencioso branco. É onde ficava o posto de controle dos poucos privilegiados que podiam atravessar o Muro. Em algumas ruas, há uma linha de paralelepípedos vermelhos, indicando o local que a cidade era dividida. Esses locais são repletos de turistas.

Topographie des Terrors é uma verdadeira exibição a céu aberto, onde ficava o escritório da Gestapo e da SS. Ali foram arquitetados os planos de genocídio aos judeus e as perseguições a outras minorias. Fotos e documentos expostos em painéis contam cronologicamente as idéias de Hitler, a criação dos campos de concentração, a deportação de prisioneiros e a separação de seus parentes, os assassinatos, a invasão a outras nações e o fim da guerra. A exposição relata também o heroísmo de alguns membros de grupos de resistência. Imperdível!!!

Há um museu no Checkpoint Charlie, com destaque para fotos, pôsteres e documentos que retratam as fugas e tentativas de pessoas que tentaram passar para o outro lado do Muro. Foram 5.075 escapadas bem-sucedidas e 239 mortes. Entrada a € 9,50/5,50 (estudante).

Há, ainda, o Dokumentationszentrum Berliner Mauer (Centro de Documentação do Muro de Berlim), situado na Bernauer Strasse. Este centro, de dois andares, apresenta material em alemão e inglês sobre a história do muro e o seu impacto na vida política e social dos berlinenses. Fotos e vídeos mostram a separação de famílias e amigos, a censura e a repressão aos jornalistas que tentavam noticiar a construção do muro. O museu fica em frente a outro grande pedaço original do muro. Vale a pena visitar. Aberto das 10h às 18h. A entrada é gratuita.

Berliner Dom (Catedral de Berlim) é belíssima, podendo ser avistada de longe devido às suas altas e grandes cúpulas. Construída entre 1894 e 1905 no estilo renascentista italiano, a Dom de Berlim foi a maior igreja protestante do século XIX. Pagando € 3, pode-se visitar o interior da catedral, a cripta com cem tumbas da família real Hohenzollern, no subsolo, e, ainda, subir os 270 degraus que levam à cúpula, dar a volta completa nela e admirar Berlim de todos os ângulos. Aberta diariamente, das 9h às 18h; só nos domingos que o horário é das 12h às 20h. Fica na Lustgarten, quase Unter del Linden (a rua mais famosa da cidade). É imperdível!!!!

Em frente à Dom (Catedral), está o Museumsinsel, complexo de museus de arquitetura inspirada nos templos gregos. O Pergamonmuseum apresenta relíquias antigas das culturas sumérias, babilônica e assíria. O Alte Museum, exibição de arte e esculturas gregas e romanas. O Alte Nationalgalerie exibe a arte do século XIX, com obras de Renoir, Manet, Monte, Degas, Cézanne e esculturas de Rodin, Feuerbach e Liebermann. O Bodemuseum traz a arte bizantina; e o Ägyptisches Museum mostra uma coleção de arte egípcia. Todos abrem de terça a domingo, das 10h às 18h. Nas quintas, a entrada é franca nas últimas quatro horas de funcionamento. Os preços variam de €4-15, existindo um total combinado para todos eles por € 19 e válido por 3 dias.

Um prédio curioso é a Neue Synagoge (Sinagoga Nova). É uma das raras sinagogas de cúpula, particularmente resplandecente quando o sol bate na sua cor dourada. Foi construída em 1866, incendiada pelos nazistas na Noite de Cristal (09 de novembro de 1938) e totalmente destruída durante a Segunda Guerra Mundial. Ali foram reunidos aproximadamente 500 mil judeus antes da deportação para os campos de concentração. Hoje funciona como um centro cultural judaico, com exposições. Fica na Oranienburger Strasse 28-30, próximo à Catedral e ao Museumsinsel.

Mais afastada um pouco está a imponente praça Gendarmenmarkt. Para chegar, utilize o metrô U6 na estação Friedrischstrasse até a Taubenstrasse ou caminhe alguns quarteirões saindo da catedral em direção ao Potsdamer Platz. A praça fica próxima, antes da Postdamer. Não deixe Berlim sem visitar esse lugar. Nós o descobrimos vendo uns cartões-postais. Isso sempre ajuda quando queremos avaliar se já conhecemos tudo ou ainda falta algo.

A praça possui três prédios em estilo clássico: um teatro e duas catedrais idênticas, erguidas em homenagem à amizade entre Alemanha e França. A Konzerthaus (Casa de Concertos), conhecida como Schauspielerhaus, foi reconstruída após a Segunda Guerra e tem este nome desde 1984. É o prédio mais importante da praça, por sua beleza. Französische Dom (Catedral Francesa), construída de 1701 a 1705, foi a principal igreja da comunidade protestante francesa. O Museu dos Huguenotes fica dentro da catedral, aberto diariamente. Para a entrada na torre, a partir de meio-dia, não abrindo somente às segundas. O sino toca uma melodia diferente a cada hora. O Deutscher Dom (Catedral Alemã), apesar do nome, é um museu com a exposição permanente “Questões de História Alemã”, retratando o desenvolvimento do parlamentarismo alemão. Também não abre às segundas-feiras. Entrada gratuita.

Se ainda sobrar um tempo, vá até Potsdam, capital do estado de Brandemburgo. Foi refúgio de verão da família real Hohenzollern, cujas tumbas estão na Catedral de Berlim. É uma hora de viagem. Saindo de Berlim, pegue o metrô S7, até Postdamer Stadt. Suas maiores atrações são o Parque de Sanssouci e o Castelo de mesmo nome, considerado um dos mais belos do país.

No dia 22 de setembro, às 12h28, pegamos outro trem, agora para Amsterdã, na Holanda. Foram 6 horas de viagem.

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